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IGREJA PRIMITIVA ORGÂNICA

Tipo

Arquitetura Sacra

Local

Cascavel, Paraná

Ano

2022

Arquitetos

João Maurício Marodin

Fase

Projetos

Um projeto que fala sobre retornarmos as nossas essências, , para cumprirmos nosso real chamado que é o Ide e pragai o evangelho, uma igreja voltada para a caridade (Koinonia) e comunhão (Charis), uma igreja onde todos são iguais e pertencem a um só corpo.

O lugar sacro consiste no espaço que o sujeito busca para conectividade e novo encontro com o sagrado. Este trabalho tem como objetivo desenvolver uma proposta de Igreja Primitiva Orgânica na cidade de Cascavel (PR). Com uma arquitetura que além de suprir as necessidades da edificação, sustente a capacidade de levar o usuário à transcendência. O estudo foi desenvolvido procurando ir ao encontro da necessidade do crente em perceber o sagrado, por meio da hermenêutica de Paul Ricoeur, a qual confia na capacidade reveladora da obra. Ou seja, será possível observar a função da arquitetura de permitir que o indivíduo alcance entendimento por meio da interpretação da poética inscrita no espaço criado, a qual revela o divino nas características intrínsecas ao lugar. Vale ressaltar que o objetivo se dá no encontro do intuito do arquiteto – de passar sensações, ideias e possibilitar experiências – com a percepção do usuário que deve alcançar essas intenções por meio da revelação ou interpretação da obra arquitetônica, indo ao encontro da transcendência, ao encontro do sagrado.

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O trabalho artístico contempla um amplo campo de relação de contemplação e atratividade. Gadamer defende que “a experiência da arte jamais compreende apenas um sentido cognoscível, a obra de arte que diz algo confronta-nos com nós mesmos” (GADAMER, 2010, p. 07). O indivíduo não é capaz de entender-se a si próprio através de um procedimento retilíneo sem as intervenções de interpretação dele mesmo. Tudo que a obra de arte tem a dizer está presente nela mesma e determina verdadeiramente sua fenomenalidade (RIBEIRO, 2019). A arte é pertinente ao cenário das religiões, exibida desde a elaboração dos textos fundadores de um credo até a edificação de um espaço arquitetônico em que se expressa o Sagrado. O filósofo Ricoeur (1996) propõe que é necessário aceitar o conceito do sagrado na visão de Otto, na qualidade de algo revelado à mente humana, não como algo independente, e sim como coisa em si mesma. No tocante ao objeto artístico, a arquitetura se posiciona como uma direção de ingresso ao Sagrado, todavia, sem imposição nem responsabilidade. O Transcendente, o Divino, o Sagrado, o Inefável, tem uma natureza de incoerência, de indefinição que se apresenta justamente em lugar superior do objeto artístico (RIBEIRO, 2019). O objeto artístico é um espelho que reflete o espectador, ou seja, em alusão a um templo, o arquiteto deve projetá-lo para revelar e transcender, mas ele não tem controle sobre o que, tampouco sobre a intensidade do que será revelado ou alcançado, pois isso depende da experiência individual do usuário desse espaço. Dessa forma, “qualquer e nenhum lugar pode ser sagrado, ficando essa atribuição dependente da única coisa de fato sagrada, a saber, o indivíduo e sua experiência” (ABUMANSSUR, 2000, p.190). “Sem luz a vida não seria possível. Sem percepção, não haveria sensibilidade nem inteligência. A luz faz para a vida aquilo que a percepção faz para a inteligência” (BARROS, 1999, p. 11). A arquitetura como experiência, é entendida por meio das circunstâncias do lugar. Segundo Pallasmaa (2018), na fenomenologia, o produto não é o fim em si mesmo. O objetivo se dá no encontro do intuito do arquiteto – de passar sensações, ideias e possibilitar vivências – com a percepção do usuário, o qual deve alcançar essas intenções por meio da revelação, indo ao encontro da transcendência, ao encontro do sagrado (BINI, 2019)

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